sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A arte de confundir

Porque se falar é complicado, mais fácil é escrever.
Porque se encarar a realidade é complicado, mais fácil é enxergá-la como imaginação.

Costumo confundir a vida com um longa metragem, mas curto demais.
Confundo a solidão com um ritual egocentrico, as vezes longo demais.
Confundo o tempo que passa com o futuro, ou apenas uma idéia de como será.
Vejo cada escolhas com duas - ou várias - refeições diferentes. Facilita a ingestão das consequências.
Confundo o guarda-roupa com minha alma. As vezes, é mais fácil arrumar um guarda-roupa.
Confundo um beijo com um presente, só pra massagear o ego.
Confundo uma amizade com uma demonstração de afeto sem malícias, e nada mais.
Confundo o céu com o mar, e me pergunto "quando é que eu vou mergulhar?".
Confundo o brilho das estrelas com o brilho dos olhos. Há sempre muito mais além daquilo.
Confundo atitudes com sentimentos, porque nem sempre é facil falar o que se sente.
Confundo tardes de filme em casa com cinema, apenas pela dimensão.
Confundo a lampada com o sol, e agradeço apenas por brilhar sempre sobre mim.
Confundo a terra com a lua, porque a vida seria sem graça sem sonhos e devaneios.

Porque se falar é complicado, mais fácil é escrever.
Porque se encarar a realidade é complicado, mais fácil é enxergá-la como algo que criamos.

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